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  • É recomendável pagar pelo resgate de dados a cibercriminosos?


    Bruna Chieco

    O governo de duas cidades dos Estados Unidos decidiram pagar pelo resgate de seus dados após sofrer ataques de ransomware. Os casos citados ocorreram em Lake City e Riviera Beach, ambos na Flórida. As prefeituras das cidades pagaram um total combinado de US$ 1 milhão em Bitcoins. Já a cidade de Baltimore, no estado de Maryland, passou pelo mesmo tipo de ataque que dominou o sistema local por duas semanas, e o prefeito da cidade se recusou a pagar pelo resgate, embora a recuperação do ataque possa chegar a custar US$ 10 milhões à prefeitura. 

    Ataques como esse também ocorreram recentemente em cidade brasileiras. O sistema interno da Prefeitura de São João da Barra, no Rio de Janeiro, ficou fora do ar após ter seus dados criptografados e o resgate solicitado foi de 5 mil Bitcoins. A Prefeitura de Santa Terezinha, em Mato Grosso, também teve seu sistema de bancos de dados sequestrado, e os atacantes exigiram US$ 4 mil a serem convertidos em Bitcoins. A pergunta que fica é: nesses casos, o governo deve ou não abrir mão aos atacantes e pagar pelo resgate dos dados? ?

    Especialistas do Talos Security Intelligence and Research Group, grupo de pesquisa da Cisco, em geral, são contra o pagamento. Segundo eles, o pagamento deve ser o último recurso de qualquer vítima de extorsão de cibercriminosos - até porque não dá para saber se os dados serão devolvidos em sua integridade, sem alterações pelo autor do ransomware. "Outro impacto negativo em torno de pagar o resgate é que você está literalmente financiando o orçamento para as pessoas que tentam comprometê-lo", diz Craig Williams, diretor da Talos Global Outreach.

    Joel Esler, gerente sênior da Talos Communities Division, também concorda que pagar resgate é ajudar o inimigo. "Você está financiando os bandidos com absolutamente nenhuma garantia de que obterá seus arquivos de volta". Os atacantes podem até devolver os dados após o pagamento, mas não é possível saber se deixaram alguma brecha aberta para realizar um novo ataque, alerta o especialista. A decisão de pagar pelo resgate só deve ser considerada nos casos mais extremos e vista como um fluxo de trabalho de continuidade de negócios ou recuperação de desastres. Alguns especialistas defendem que, ao optar pelo pagamento, isso deve ser considerado como uma decisão de negócios, e outras medidas devem ser tomadas posteriormente. 

    Ataques de ransomware têm evoluído cada vez mais, principalmente em municípios e governos locais, por isso é importante adotar outras medidas para se proteger, e não financiar os atacantes com o pagamento de resgates. ?


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