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  • Como desenvolver uma comunidade de segurança da informação?


    Bruna Chieco

    Recentemente nós fizemos uma pesquisa com o público do Mente Binária para conhecer melhor a nossa comunidade. Os resultados mostraram que, entre os 529 respondentes, a maioria (49,1%) é profissional da área de segurança da informação, enquanto 32,9% são estudantes e 10,8% são entusiastas e curiosos sobre a área. O público está bem dividido entre iniciante, júnior, pleno e sênior, e esse é um ponto importante para o projeto, já que o nosso objetivo é levar sempre conteúdo aderente ao que a comunidade precisa, em todos os momentos da carreira. "O objetivo da pesquisa foi entender o que o nosso público sente mais falta. A ideia é que os esforços sejam concentrados em projetos que atendam a maior demanda que a gente identificou nos resultados", diz Fernando Mercês, fundador do Mente Binária

    Apesar de 59,4% dos respondentes afirmarem que possuem uma formação em faculdade, grande parte (50,9%) também respondeu ser autodidata. E entre as principais formas de aprendizagem apontadas pelos respondentes da pesquisa estão os cursos e vídeos, preferidos por 85,1% e 83,7%, respectivamente, além de livros (73,9%) e artigos (68,1%). Esse é mais um tópico que demonstra a necessidade de que haja um conteúdo mais específico sobre a área, livremente disponível online para que a comunidade possa sempre se atualizar e se especializar. 

    Tem muita gente que já trabalha com segurança da informação entre os respondentes (31,%), mas também temos uma grande parte do público composta por pessoas que querem começar a atuar na área ou que tem curiosidade/interesse no assunto (25,4%).

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    Entre os temas da área que o nosso público respondeu ter mais interesse está engenharia reversa (65,8%); segurança de redes (64,5%); pentest (64,5%); análise de malware (59,5%); e conhecer técnicas de ataques (51,4%). "Me chamou atenção que existe um interesse muito grande em pentest e na área de segurança ofensiva como um todo, e um interesse mais discreto na área de segurança defensiva. Isso é algo que precisa ser explorado", diz Mercês.

    Ele reitera que é preciso desenvolver o interesse das pessoas pela área de segurança defensiva, estimulando o público através de mais conteúdos sobre técnicas de defesa e a carreira nessa área. "Vemos que tem muitas vagas abertas em segurança defensiva, sendo que a maioria das empresas precisam de profissionais de segurança em todas as áreas de trabalho relacionadas à defesa. A galera que trabalha na área ofensiva é importante, pois ela descobre as vulnerabilidades, mas precisamos de pessoas que possam corrigi-las".

    Mercês destacou também o fato de que 40% das pessoas responderam que possuem interesse em desenvolvimento seguro, o que é um percentual bem alto. "Por isso, vamos desenvolver conteúdo nesse sentido. A parceria com a Conviso é uma iniciativa que visa gerar conteúdo técnico nessa área", explica.

    Comunidades e conhecimentos técnicos – Colaborador do Mente Binária e coordenador da pesquisa, Anchises Moraes pontuou que se sentiu impactado e admirado pela quantidade de comunidades que os respondentes participam. "As respostas mostraram uma quantidade muito grande de comunidades que eu nem sabia que existiam. Isso é muito legal, porque cada comunidade representa um pequeno nicho baseado em uma área de conhecimento. E o fato de haver várias comunidades, mais do que imaginamos, é positivo por mostrar que a galera está interagindo entre si, fazendo networking, o que fortalece os profissionais na carreira e ajuda também na busca por empregos", diz.

    Para Anchises, vale destacar também o nível de inglês apontado pelas pessoas da área, que ainda é intermediário e básico para a maioria dos respondentes da pesquisa (40,9% e 33,1%, respectivamente). "Para quem trabalha em tecnologia, o conhecimento de inglês é fundamental para o dia a dia e a carreira", pontua, reiterando que o conhecimento mais avançado no idioma abre portas para a leitura de material novo, atualizado, e acesso a palestras de alta qualidade. "Não temos, na comunidade de segurança da informação, uma produção em português que se compare com o que é produzido em inglês. Se há uma limitação de linguagem, acaba-se perdendo a oportunidade de aprender, de se educar profissionalmente e tecnicamente", explica Anchises. Para Fernando Mercês, esse é um desafio que a comunidade possui e que o Mente Binária vem buscando endereçar. 

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    Do ponto de vista profissional, muitas empresas exigem um inglês bom, e para chegar em determinadas empresas ou posição, o profissional deve ser fluente no idioma. "A deficiência no inglês pode ser uma barreira profissional em termos de crescimento de carreira, para ter um cargo de liderança, etc. A maioria da população não fala inglês, então não é vexatório, mas do ponto de vista profissional, para tecnologia e segurança, o domínio do idioma é requisito básico, e o diferencial surge quando a pessoa conhece um outro idioma a mais, como o espanhol, por exemplo", reforça Anchises. 

    Ele diz ainda que o principal objetivo da pesquisa foi conhecer o público para entender se o conteúdo oferecido pelo Mente Binária está adequado à expectativa e identificar zonas de melhoria em termos de abordagens. "Queremos entender como o Mente Binária pode adequar o conteúdo para atender às demandas desse público. Por conta dessa deficiência em inglês, por exemplo, se confirmou a necessidade de oferecer alguma atividade relacionada ao uso do idioma", diz.

    A pesquisa também demonstrou uma grande admiração pelo projeto do Mente Binária. No campo aberto para sugestões, praticamente metade dos comentários foram elogios ao projeto, além das diversas sugestões de conteúdo e projetos que recebemos. Isso nos faz ter certeza de que estamos no caminho certo, e alinhados com a nossa comunidade! ?

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