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Andre Smaira

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  1. Paranoia - Fonte: www.clipartguide.com No último dia 24 de agosto (2022), funcionários da empresa Google anunciaram através dessa postagem, dos autores Pedro Barbosa, Engenheiro de Segurança da Google e Vice-Capitão do time de CTF Epic Leet Team (ELT), e Daniel Bleichenbacher, Engenheiro de Software da Google, seu novo projeto de criptografia chamado Paranoid (paranoia em tradução livre para o português). Ela cita o repositório GitHub do projeto. É importante dizer que apesar de a biblioteca ter sido criada e ser mantida por membros do time de Segurança da Informação da Google, ele não é um produto oficial da Google. Nesse artigo vamos verificar o que é e para que serve esse projeto através de uma tradução comentada da postagem acima citada. O que é o Projeto Paranoid ? Fonte: istockphoto.com Paranoid é um projeto usado para detecção de vulnerabilidades conhecidas em artefatos criptográficos, como chaves públicas e assinaturas digitais. Isso é importante pois tais artefatos às vezes são gerados por implementações desconhecidas e/ou que não tenham código aberto para inspeção, as chamadas "caixas pretas" (ou do inglês black Boxes). Black Box - Fonte: www.nsoftware.com Em 2019, pensando na vunerabilidade ROCA, os autores da Paranoid se perguntaram se outras fraquezas não poderiam existir em artefatos gerados por caixas pretas e o que eles poderiam fazer para detectá-los e mitigá-los. Foi daí que surgiu a ideia de criar a Paranoid, uma biblioteca capaz de checar uma grande quantidade de artefatos criptográficos. Ela foi criada baseando-se na literatura preexistente, que mostra que a geração de artefatos nem sempre é perfeita. A seguir temos quatro dessas referências: Arjen K. Lenstra, James P. Hughes, Maxime Augier, Joppe W. Bos, Thorsten Kleinjung, and Christophe Wachter. (2012). Ron was wrong, Whit is right. Cryptology ePrint Archive, Paper 2012/064; Nadia Heninger, Zakir Durumeric, Eric Wustrow, and J. Alex Halderman. (2012). Mining Your Ps and Qs: Detection of Widespread Weak Keys in Network Devices. USENIX Associations; Daniel J. Bernstein, Yun-An Chang, Chen-Mou Cheng, Li-Ping Chou, Nadia Heninger, Tanja Lange, and Nicko van Someren. (2013). Factoring RSA keys from certified smart cards: Coppersmith in the wild. Cryptology ePrint Archive, Paper 2013/599; Joachim Breitner and Nadia Heninger. (2019). Biased Nonce Sense: Lattice Attacks against Weak ECDSA Signatures in Cryptocurrencies. Cryptology ePrint Archive, Paper 2019/023. Um exemplo mais recente, de 2022, é a CVE-2022-26320, encontrada por Hanno Böck, que evidencia ainda mais a necessidade de se detectar tais fraquezas. A Paranoid inclusive já encontrou de forma independente chaves fracas a partir do teste de Fermat. Os autores preveem que o projeto ainda tenha potencial para encontrar novas vulnerabilidades, já que estão generalizando as detecções ao máximo. Chamada para contribuições Fonte: opensource.guide Abrindo o código da Paranoid, os autores objetivam aumentar sua transparência, permitindo que ela seja utilizada também por outros tipos de usuários como Autoridades de Certificação - CAs que precisam fazer checagens semelhantes) e, é claro, receber contribuição de pesquisadores externos. Então, estão fazendo uma chamada para tal, com a esperança de que ao encontrar uma nova vulnerabilidade, depois de reportá-la, incluam as checagens na Paranoid. Dessa forma, não só a Google, mas também o resto do mundo poderá responder de forma rápida às novas ameaças. A biblioteca foi construída para ser leve computacionalmente falando, de forma que, mesmo trabalhando com números extremamente grandes, ainda faça sentido no contexto de produção do mundo real. Existem projetos com menos restrições para outros casos de aplicação, como o RsaCtfTool, geralmente usado em competições de segurança da informação do tipo CTF. Os autores destacam que além de contribuições de novas checagens, também são muito bem-vindas eventuais melhorias nas checagens já existentes na biblioteca, cujo código está disponível no repositório do GitHub. Um dos exemplos que fornecidos é o das assinaturas ECDSA, cujos segredos são gerados por java.util.random, para as quais a biblioteca tem um modelo pré-computado capaz de detectar a vulnerabilidade na maioria dos casos dadas duas assinaturas secp256r1, mas que para curvas maiores como secp384r1, não foi possível pré-computar um modelo com efetividade tão significante. Também foram implementadas checagens para chaves públicas RSA e EC, e fluxos de bits pseudo aleatórios, para o qual foram feitas algumas melhorias em relação ao teste NIST SP 800-22e incluídos alguns testes adicionais usando técnicas de redução de lattice. Resultados preliminares Resultados - Fonte: casadeimagem.com Em caráter de teste, foram analisados artefatos criptográficos da Certificate Transparency (CT), que registra certificação de sites desde 2013 com o objetivo de torná-los transparentes e verificáveis, e cujo banco de dados possui mais de 7 bilhões de certificados. No caso das checagens de chaves públicas EC e assinaturas ECDSA, não foram achados artefatos fracos no CT. Para as checagens de chaves públicas RSA com gravidades ALTA ou CRÍTICA, foram encontrados os seguintes resultados: | Teste | CVEs relacionada | Gravidade | Número de artefatos afetados| | CheckOpensslDenylist | CVE-2008-0166 | CRÍTICA | 3989 | | CheckROCA | CVE-2017-15361 | ALTA | 2875 | | CheckGCD | - | CRÍTICA | 1860 | | CheckFermat | CVE-2022-26320 | CRÍTICA | 36 | | CheckContinuedFractions | - | CRÍTICA | 16 | | CheckBitPatterns | - | CRÍTICA | 6 | | CheckPermutedBitPatterns | - | CRÍTICA | 6 | | CheckKeypairDenylist | CVE-2021-41117 | CRÍTICA | 4 | | CheckPollardpm1 | - | CRÍTICA | 1 | Fonte: nakedsecurity.sophos.com Alguns desses certificados já expiraram ou foram revogados. Os que ainda estão ativos (a maioria dos que falharam no CheckGCD), foram imediatamente reportados, de forma a manter a internet segura, conforme as políticas das Autoridades Certificadoras, como a do Let's Encrypt. Temos abaixo o trecho exemplo da Digicert: > Certificate revocation and certificate problem reporting are an important part of online trust. Certificate revocation is used to prevent the use of certificates with compromised private keys, reduce the threat of malicious websites, and address system-wide attacks and vulnerabilities. As a member of the online community, you play an important role in helping maintain online trust by requesting certificate revocations when needed. Ou em português: > A revogação de certificados e a notificação de problemas em certificados são partes importantes da confiança na internet. A revogação de certificados é usada para evitar o uso de certificados com chaves privadas comprometidas, reduzir a ameaça de sites mal-intencionados e abordar ataques e vulnerabilidades. Como membro da comunidade web, você desempenha um papel importante ao ajudar a manter a confiança na internet solicitando revogações de certificados quando necessário. Próximos passos Próximos Passos - Fonte: sindipetro.org.br Os autores planejam continuar analisando o CT, e, agora com ajuda de contribuição externa, criar novas checagens e otimizar as já existentes. Estão também acompanhando de perto o processo Post-Quantum Cryptography Standardization do NIST para novos algoritmos que possam fazer sentido a implementação de checagens. Novas implementações de criptografia trazem a possibilidade de novas falhas, portanto é importante que a Paranoid seja capaz de detectá-las, evoluindo sempre.
  2. Você está realmente seguro enquanto navega na Internet? E enquanto troca mensagens com os seus amigos? Essas são perguntas cujas respostas infelizmente não são preocupação para a maioria dos usuários da rede mundial de computadores. Vamos descobrir as respostas a elas? E como mudar os seus hábitos para navegar de forma mais segura? Nesse artigo vamos estudar um pouco sobre autenticação. Começaremos com uma breve introdução, seguindo com os tipos e níveis de autenticação. Ao final veremos a importância da autenticação de dois fatores (2FA), muito comentada ultimamente como método para se evitarem golpes digitais (muito recorrentes nos últimos anos), e extremamente relevante para qualquer usuário da Internet. Vale a pena dar uma lida para garantir que está seguro! Vamos lá! Definição A palavra autenticação tem origem na Grécia e significa algo como "autor real", isto é, a garantia de que quem tenta acessar um determinado sistema é realmente quem o sistema espera que seja. Em outras palavras, é a garantia de que uma entidade é quem diz ser. Fonte: https://www.serpro.gov.br Aplicações Autenticação é importante em diversas áreas, não somente em segurança da informação como muitos tendem a pensar inicialmente. Em artes, como saber se um quadro é de fato de um determinado pintor? Em antiguidades, como saber se um determinado artefato foi de fato produzido por uma determinada civilização ou numa determinada época? No nosso cotidiano, como saber se um determinado contrato foi assinado pelas partes do mesmo? E finalmente, em segurança da informação, como saber se um usuário é de fato quem diz ser? Ou seja, como garantimos, em qualquer área, que não seremos vítimas de fraude? Métodos Para quaisquer dessas áreas existem diversos métodos de autenticação. Eles estão divididos em três tipos: O primeiro tipo se baseia em confiança numa pessoa específica, geralmente uma pessoa importante em relação ao assunto da autenticação em questão, um especialista na área. A fragilidade desse tipo é a centralização da confiança numa pessoa, que pode errar ou ser corrompida. Fonte: https://www.theartnewspaper.com O segundo tipo se baseia em comparação de características da entidade analisada com outra de que se conhece a origem e serve para determinar se ambas tem a mesma precedência. A fragilidade desse processo é que é possível criar uma cópia perfeita, apesar de ser necessário conhecimento especializado para tal. Fonte: https://www.nytimes.com O terceiro tipo se baseia em documentos externos que podem comprovar a precedência da entidade. Esse é o tipo comumente usado em segurança da informação, onde as provas externas são senhas, tokens, etc., mas mesmo assim são apenas indícios de autenticidade, a fragilidade desse tipo é a falsificação desses documentos ou, como no caso de credenciais, o roubo dos mesmos. Fonte: http://www.usauthentication.com Fatores Com o objetivo de dificultar o comprometimento da autenticidade de serviços digitais, existem três fatores básicos de autenticação que, combinados, reduzem as chances de comprometimento de credenciais. Cada um deles se baseia em o que o usuário deve fornecer para garantir que ele é mesmo quem diz ser: Fonte: https://admin.salesforce.com Fator de conhecimento ("o que você sabe"): O usuário deve fornecer alguma informação que teoricamente somente ele sabe, como senhas, PINs, respostas a perguntas de segurança, etc. Senhas, por exemplo, são códigos criados pelo usuário que devem ser utilizadas para autenticações em sistemas. Nesse caso, a responsabilidade sobre a "força da senha", relacionada a sua resistência a um ataque de força bruta (descrito mais adiante), é do usuário, visto que ele é o responsável por sua criação. Atualmente, os serviços tentam exigir e restringir determinados padrões de senha de forma a melhorar a segurança. A empresa também tem responsabilidade sobre a segurança da senha em relação ao seu armazenamento (feito em formato de hashes), visto que a verificação deve ser feita a cada autenticação. Fator de inferência ("o que você é ou faz"): O usuário deve mostrar algo relativo a seu ser ou algo que teoricamente somente ele consegue fazer, como impressão digital, padrão de retina, DNA, rosto, voz, assinatura, etc. Nesse caso, a segurança depende do próprio usuário, visto que a prova de autenticação faz parte do corpo ou depende da habilidade do mesmo. Fator de propriedade ("o que você tem"): O usuário deve utilizar algo que teoricamente somente ele possui, como cartões de identificação, tokens (de hardware ou software), chips implantados, par de chaves público-privada, etc. Tokens de software, por exemplo, são dados que sozinhos não fazem sentido, mas que, quando recebidos pelo sistema de validação, o mesmo consegue verificar a validade e as permissões de acesso do mesmo. Eles são criados pelo serviço e o usuário o recebe por um meio e o fornece por outro. Nesse caso, o responsável pela segurança do token é o usuário, que não pode o fornecer para terceiros. Assim, o ataque de força bruta geralmente não é efetivo, pois um token bem implementado tem tempo de vida, de forma que o atacante não teria tempo hábil para esse ataque, além de que, sempre que possível, códigos relacionados a fator de propriedade são extremamente seguros (grandes e aleatórios). Autenticação em um fator Essa forma de autenticação usa apenas um dos fatores acima para autenticar uma transação. Ela é extremamente contra indicada em processos relativos a serviços de alta importância e que, portanto, exigem alto nível de segurança, como serviços bancários ou que possam armazenar ou transmitir dados pessoais relevantes, como documentos, telefone, endereços, parentescos próximos, senhas, etc. Alguns aplicativos de mensagem, como WhatsApp, por padrão se utilizam de apenas um fator de autenticação (fator de propriedade), o que é a principal causa das fraudes frequentemente relatadas pela imprensa ou conhecidos próximos. Continue a ler para aprender como evitar tais fraudes. Autenticação em múltiplos fatores Essa forma de autenticação, em que 2FA (ou autenticação em dois fatores) é um caso especial, usa ao menos dois fatores dos anteriores de forma que os dois níveis de precisam ser comprometidos por um invasor para que o mesmo consiga acesso ao serviço, o que é muito mais difícil de ocorrer em comparação à utilização de apenas um fator. Fonte: https://manuaisti.anac.gov.br A maioria dos sistemas digitais online que fornecem autenticação em dois fatores se utilizam do fator de conhecimento (usuário e senha) e fator de propriedade (token), não necessariamente nessa ordem. Ataques Relacionados e suas consequências Essa seção vai o ajudar a responder às perguntas iniciais: "Você está seguro enquanto navega na Internet? E enquanto troca mensagens?". Vamos ver a seguir alguns ataques relativamente simples que podem ser prevenidos com práticas fáceis, mas a que nem todos os usuários se atentam. Ataques cibernéticos relacionados a autenticação são muito comuns, pois a "parte fraca", ou seja, a parte do sistema explorada pelo atacante, é o usuário comum, aquele que tem pouco ou nenhum conhecimento sobre segurança digital e, portanto, é a mais fácil de ser explorada. Ataques de Engenharia Social Fonte: https://www.urbannetwork.co.uk/social-engineering/ Esse é um conjunto de ataques em que a princípio não é necessário nenhum conhecimento técnico de computação ou segurança da informação, nem ao menos serve somente para ataques digitais e justamente por isso é a técnica mais usada. O atacante se vale de manipulação psicológica para fazer com que a pessoa forneça informações que não deveria. Um exemplo muito simples de engenharia social que funcionava muito bem anos atrás (em alguns sites ainda funciona) é a obtenção daquelas respostas secretas, necessárias para recuperar senhas perdidas. Em uma breve conversa com a vítima, um atacante é capaz de obter as respostas a essas perguntas e, consequentemente, de conseguir acesso à conta da vítima. Para não se tornar vítima desse ataque, evite esse método de acesso ou tenha certeza que não vai fornecer as respostas a ninguém. Apesar de esse método ser muito pouco usado atualmente, é sempre bom conhecer formas de evitar ataques. Uma forma é responder com palavras ou expressões que não correspondam à realidade, mas que tenha certeza que vá lembrar se precisar. Uma segunda possibilidade é escrever a resposta com uma combinação especial de maiúsculas, minúsculas, números e eventuais símbolos que o atacante não tenha menor chance de testar, mesmo obtendo a resposta correta de alguma forma, sempre destacando que você deve lembrar da mesma. Atualmente, dois dos ataques mais comuns estão relacionados ao aplicativo de mensagens WhatsApp, devido à sua popularidade e, portanto, ao ganho financeiro que o atacante terá ao explorar tal aplicativo. Ambos utilizam engenharia social. Fonte: https://www.bbc.com No primeiro e mais simples de ser realizado, porém com menor efetividade, a vítima recebe uma mensagem de um número de celular desconhecido, mas com a foto de algum amigo ou parente próximo dizendo que precisou trocar de celular por algum motivo e que precisa de dinheiro urgente, geralmente por não ter acesso aos bancos do aparelho perdido. Esse é o momento que define o final do ataque: se a vítima acreditar e transferir o dinheiro, o ataque obteve sucesso e o dinheiro não pode mais ser recuperado, caso contrário o atacante passa para a próxima vítima. Para não se tornar uma vítima, a princípio devemos prevenir, configurando a segurança das redes sociais para privado e evitando fornecer telefones, endereços e graus de parentesco nas mesmas, pois essa é a principal fonte onde os atacantes vão buscar as informações necessárias. Outra forma de prevenir é avisar os seus parentes e amigos próximos que nunca irá transferir dinheiro quando solicitado por aplicativos de mensagem. Se o atacante conseguir os seus dados, quando receber mensagem do tipo da descrita no parágrafo anterior, desconfie: a princípio lembre-se se já não avisou para essa pessoa que jamais transferiria dinheiro com pedido por mensagens, veja se a foto do WhatsApp é de fato a do seu contato, converse com a pessoa que mandou a mensagem perguntando sobre fatos que somente o seu contato real poderia saber, mas use isso somente para ter certeza que não é seu amigo, e não ao contrário, pois ela pode também ter sido vítima de engenharia social. Tente falar com a pessoa por outros meios, começando por telefonar ou mandar mensagem para o telefone teoricamente antigo. Se não conseguir falar por nenhum desses meios ou outros quaisquer e ainda pensar que pode ser verdade o pedido, ainda há algumas formas de evitar o sucesso do possível golpe: pegue a conta (ou PIX) que o atacante enviar e comece uma transferência (de preferência de valores baixos, por exemplo, R$ 0,01). Em determinado momento aparecerá os dados parciais ou totais da conta destino. Pense se esses dados fazem sentido – você conhece o dono da conta? A agência é de uma cidade conhecida em que o seu contato poderia realmente estar ou ter um conhecido? Além disso, busque pelos dados na Internet para verificar se não aparecem em fóruns, redes sociais ou outros sites em denúncias de fraudes. Muito provavelmente, depois de todas essas etapas, você já terá certeza que se trata de um golpe, se for o caso. Assim sendo, se ainda não tiver pego os dados bancários do atacante, o faça. Com os dados bancários e o número de telefone do atacante em mãos, denuncie para a polícia, para o banco proprietário da conta e para a operadora de celular dona da linha. Dessa forma você ajudará a evitar que esse atacante tenha sucesso no ataque a outras vítimas. O banco e a empresa de telefonia não podem fazer nada a princípio, mas se houver muitas denúncias sobre os mesmos dados, eles abrirão uma investigação interna para saber se de fato o telefone ou a conta bancária estão sendo usados indevidamente. Um caso especial de engenharia social muito usado é o ataque de phishing, cuja tradução literal é "ataque de pesca", pois basicamente o usuário é "fisgado" por uma armadilha enviada através da Internet, fornecendo informações pessoais ou instalando softwares maliciosos. Fonte: https://www.paubox.com/ O segundo método de ataque por WhatsApp é, na verdade, geralmente um ataque de phishing e é mais efetivo. Nesse caso, você pode ser vítima em duas possíveis etapas. A primeira diz respeito a ter a conta do WhatsApp sequestrada pelo atacante. Se você for vítima dessa primeira etapa do ataque, vai perceber quando tentar acessar o seu aplicativo e receber a mensagem de que ele foi acessado de outro aparelho celular ou quando receber um aviso de que outro celular acessou a sua conta. Nesse caso avise imediatamente todos os seus contatos de que está sem acesso ao aplicativo e que não devem considerar qualquer mensagem enviada por você. A seguir, tente acessar novamente seu WhatsApp, fornecendo o código de seis dígitos (token, fator de propriedade) que receberá do WhatsApp por SMS. Assim que acessar, o atacante perderá o acesso. Esse ataque é realizado através da obtenção do token presente no SMS citado, que se parece com esse: Perceba que, ao final da mensagem, há um texto pedindo que esse código não seja compartilhado com ninguém, mas, por mais incrível que possa parecer, as vítimas desse golpe fazem justamente isso: fornecem o código ao atacante. Vamos aos detalhes: o atacante tenta acessar o WhatsApp com o seu número de telefone, o que faz com que você receba essa mensagem. Nesse momento, muito provavelmente o atacante já está conversando com você e se identificou como funcionário de um serviço qualquer, seja uma pesquisa de mercado, um banco em que você tem conta, uma loja em que você comprou recentemente ou mesmo o próprio WhatsApp. No meio da conversa ele irá dizer que o enviará um código por SMS e que precisa que você confirme esse código por algum motivo. Não forneça o código para ninguém, mesmo que o atacante se identifique como funcionário do WhatsApp. E mais: sempre prefira entrar em contato com empresas pelo aplicativo da mesma baixado da loja oficial do seu smartphone, pois é a forma mais segura de não ser uma fraude. É bom destacar aqui que o WhatsApp nunca pede esse código por nenhum meio, ele deve ser escrito somente no aplicativo quando o mesmo pedir para liberar o seu acesso. Existe ainda uma segunda forma de evitar ser vítima do golpe mesmo que acidentalmente forneça o código ao atacante: autenticação em múltiplos fatores (particularmente em dois fatores). O WhatsApp tem um recurso que poucos conhecem em que o usuário cria uma senha (fator de conhecimento) que também jamais será solicitada a não ser pelo próprio aplicativo às vezes para ter certeza de que você é você mesmo, mas o mais importante e que evita esse ataque é que todas as vezes em que tentar acessar o aplicativo por um novo telefone, ele irá pedi-la, de forma que para que o ataque tenha sucesso, a vítima tem que fornecer tanto o token enviado por SMS quanto a senha configurada pelo próprio usuário, o que reduz muito as chances do sucesso por parte do atacante. É altamente recomendado que todos os usuários configurem esse segundo fator de autenticação, mesmo porque se você não o fizer e o atacante for rápido o suficiente, ele pode configurar uma senha e, nesse caso, você terá maior dificuldade para recuperar o acesso, dando tempo para os seus amigos desavisados serem vítimas do atacante se passando por você. Para ativar o recurso, siga os passos abaixo, cujas imagens foram obtidas no site Techtudo: Entre no WhatsApp Toque nos três pontos no canto superior direito. A seguir toque em "Configurações" e "Conta". Toque em "Confirmação em duas etapas" e "Ativar". Insira a senha desejada e toque em "Avançar". Insira o e-mail para recuperação de senha caso a perca e toque em "Avançar". Fonte: https://www.techtudo.com.br Mesmo se defendendo como explicado, você pode ainda ser vítima da segunda parte desse ataque, quando o atacante, em posse de uma conta de algum dos seus amigos, lhe manda mensagem pedindo dinheiro. Por esse motivo, é importante você avisar aos seus contatos assim que perceber que foi vítima de sequestro de conta. Faça a sua parte para evitar que outros sofram com a segunda parte do ataque, mas também fique atento caso algum conhecido seu o sofra (recomende a eles a ativação de autenticação em dois fatores para que isso não ocorra). Caso receba a mensagem de um contato pedindo dinheiro, siga passos semelhantes aos do ataque descrito anteriormente para verificar se de fato se trata da pessoa que diz ser e denuncie para as autoridades e empresas envolvidas caso seja uma tentativa de golpe, como detalhado anteriormente. Existem ainda ataques de phishing genéricos pelos mais diversos meios de comunicação: Telefone: Evite fornecer seu telefone para empresas desconhecidas e sempre que receber uma chamada de um número desconhecido suspeite. Não forneça dados, mesmo que a pessoa se identifique como funcionário de uma empresa confiável (qualquer um pode fazer isso). Fonte: https://pt.vecteezy.com E-mail: Sempre que receber um e-mail que solicite uma resposta ou que acesse determinado link, desconfie, mesmo que aparentemente seja proveniente de empresa confiável e/ou conhecida. Verifique o cabeçalho do e-mail para ter certeza de que o endereço de origem é conhecido e confiável, e em caso de dúvida, entre em contato com o suposto remetente por outros meios previamente conhecidos, ignorando totalmente o e-mail. Além disso, denuncie o e-mail, clicando em classificar como spam e, a seguir, em denunciar fraude. Fonte: https://www.uol.com.br SMS: Sempre que receber mensagens por SMS com links evite clicar. Entre em contato com o suposto remetente por outros meios previamente conhecidos, ignorando totalmente o SMS. Essas mensagens geralmente falam sobre valores cobrados indevidamente ou dívidas. Veja o exemplo: Fonte: https://www.agazeta.com.br Ataque Man-In-The-Middle (MITM) Nesse tipo de ataque, o atacante intercepta uma comunicação de forma que ambos os interlocutores não percebam a sua presença e, eventualmente, troquem dados sensíveis. Um exemplo muito comum é a criação de uma página web muito parecida com um determinado serviço, como páginas web de bancos, em que a vítima insere os dados de acesso. A seguir, a página fake de fato envia a vítima para o site real de forma que, ao acessar o serviço, não percebe que algo errado ocorreu. Porém, nesse momento o atacante já terá as credenciais de acesso da vítima. Fonte: https://medium.com Esse ataque é muito usado em conjunto com o ataque de engenharia social para que o atacante consiga fazer a vítima entrar em seu site fake pensando que está entrando no site real. A via de entrada para esses sites fake geralmente são e-mails ou SMS enviados por atacantes usando o ataque de phishing explicado na seção anterior. Para se evitar esse ataque, fique sempre atento ao site que está acessando, verificando se é de fato o site real do serviço desejado. Além disso, uma boa prática é, sempre que possível, acessar serviços através de aplicativos de celular baixado da loja oficial do sistema operacional do seu smartphone (Google Play, Apple App Store, Windows Phone Store, etc.). Ataque de Força Bruta Ataques de força bruta são aqueles em que o atacante testa diversas senhas até encontrar a correta. Por esse motivo, é importante o uso de senhas sempre distintas entre si, sendo cada uma delas aleatórias e contendo letras (maiúsculas e minúsculas), números e símbolos. Veja na imagem abaixo a relação entre tipos de caracteres, número de caracteres usados e o tempo médio necessário para o atacante conseguir descobrir a senha: Fonte: Hive Systems/Divulgação Para que não esqueça nenhuma das suas senhas mesmo elas sendo grandes, aleatórias e distintas entre si, uma recomendação é o uso de gerenciadores de senha, como o Google Passwords, presente no navegador Chrome e em todos os smartphones com sistema Android. Para a maioria dos sites, esse ataque não funciona diretamente, pois há verificações que impedem muitas tentativas consecutivas. Porém, isso não impede que o ataque possa ocorrer, pois é muito comum falhas em relação a armazenamento de bancos de dados (recentemente a imprensa divulgou vários ataques a eles, com uma massiva quantidade de dados) que disponibilizam na Internet dados cadastrais. Ataques a bancos de dados são tão comuns que não é recomendado o armazenamento de senhas de forma explícita. O que fica armazenado nos bancos de dados são hashes das senhas, isto é, funções conhecidas porém irreversíveis calculadas a partir das senhas, de forma que a partir da senha digitada, o site pode calcular a mesma função para determinar se foi digitada corretamente. Porém, um atacante com acesso ao banco de dados não terá as senhas de forma explícita, mas em posse das hashes, ele fica com tempo hábil e quantidade de tentativas ilimitadas para tentar possíveis valores da sua senha. Por isso a necessidade de se criarem senhas "fortes" e da aleatoriedade, pois sabendo dos dados presentes nessas tabelas e sabendo que as pessoas costumam escolher senhas fáceis de lembrar e, portanto, não aleatórias, os atacantes usam dicionários de palavras para fazerem tentativas mais inteligentes, demorando menos tempo para chegar às senhas corretas. Para se ter uma ideia da diferença que isso faz, conforme o site wikwik, existem 6669 palavras de 5 letras na língua portuguesa, porém existem 11881376 combinações de 5 letras minúsculas (quase 2000 vezes mais). Se levarmos em consideração também letras maiúsculas, números e símbolos, ainda desconsiderando letras acentuadas, temos um total de 7339040224 combinações de 5 letras (1 milhão de vezes mais que o número de palavras). Essa quantidade mostra a importância de usarmos senhas aleatórias e com a maior quantidade possível de tipos de caracteres. Referências Authentication - Wikipedia Phishing - Wikipedia Social engineering - Wikipedia Troy Hunt Verificação em duas etapas no WhatsApp - Techtudo O que é um ataque Man-in-the-Middle - Kaspersky
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