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Vamos falar sobre "A Carga Mental" das Mulheres?


Gabrielle Alves

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⚠️ Gostaria de deixar claro que aqui estou pontuando alguns dos meus pensamentos sobre esse tema. Então leia de mente e coração aberto para a reflexão.


 

Olá leitores aqui da Gabi's Land! 🤗

 

Hoje trouxe um tema bem pouco conhecido e discutido. Você já ouviu falar sobre a Carga Mental das Mulheres? Sei que quando se fala de carga mental, muitos homens sofrem principalmente quando se trata de vida profissional, mas hoje vim falar de uma carga mental que em sua maioria é invisível e pouco falado. Bom, eu como mulher, mãe, dona de casa, empresária, esposa e estudante, sei muito bem como é carregar uma carga mental absurda. Posso dizer que essa carga mental dobra quando se tem filhos, o que me levou a procurar ajuda para tratar a minha ansiedade.

 

Mas você deve está se perguntando, que carga mental seria essa? Nós mulheres somos muitas vezes atribuídas a tarefas invisíveis como o trabalho de planejamento, organização e tomada de decisões em casa e que é na sua maioria das vezes assumido principalmente por nós mulheres. Um trabalho não reconhecido que pode aumentar o estresse e que é a base de muitos conflitos de casal. Essa energia cognitivo-emocional aumenta o cansaço e nervosismo dessas mulheres, que são muitas vezes obrigadas a ouvir que era só terem pedido ajuda. Mas não, não era só isso. 

 

Afinal, quem tem de pensar em colocar a carne para descongelar para o almoço do dia seguinte? Pesquisar qual comida é mais saudável a oferecer para a criança em cada fase da vida? Lembrar do dia da apresentação na escolinha? O nome disso é carga mental, um tema que veio à tona em 2017, quando a cartunista francesa Emma desenhou, literalmente, o problema para melhor entendimento do público.

Oieee, eu sou a Gabi!.png

 

Com certeza você já deve ter ouvido algum homem ou até mesmo alguma mulher falar a seguinte frase: - Eu ajudo minha esposa lavando a louça, ou até mesmo: - Meu marido me ajuda com as crianças e com a casa. Mas será que podemos mesmo chamar de "ajuda" quando um homem divide as responsabilidades dos afazeres de casa, cuidado e educação dos filhos com a mulher? Existe uma diferença entre executar as tarefas de casa e planejá-las, e normalmente o segundo papel está sempre nos ombros das mulheres. São elas que geralmente programam, preveem, fazem planos e adiantam possíveis falhas ou problemas para que as atividades de manutenção da casa deem certo. O trabalho que elas fazem de antecipar a necessidade do outro --seja de conforto, de escuta, segurança ou presença -- é extremamente fatigante em níveis emocionais.

 

É como se as mulheres fossem as chefes da casa: todas as decisões (desde o jantar até os produtos de limpeza que precisam ser comprados) dependem dela. E, naturalmente, todos os membros da família recorrem a ela se precisam de algo.

Os homens que dividem o lar com essas mulheres e deveriam compartilhar o planejamento e execução das tarefas igualitariamente, frequentemente se colocam no papel de operários.

Isso ocorre porque, de uma maneira geral, a mulher é criada para ser, em primeiro lugar, a rainha do lar.

 

Como a sociedade e o mercado de trabalho enxergam essa relação de pais e filhos?

 

Bom, sabemos que por décadas as mulheres foram incentivadas e designadas a apenas trabalhos domésticos e a criação dos filhos, contudo, ainda podemos observar que alguns comportamentos continuam a se repetem por questões de uma estrutura cultural ainda muito machista e enraizada. A ideia de que existam "coisas de meninos e coisas de meninas" é alimentada nas próprias famílias desde a infância. Normalmente as meninas costumam ganhar brinquedos como panelinhas, fogões, bonecas, entre outros que sempre remetem a afazeres domésticos, já os meninos são presenteados com carros, kit mecânico, legos e jogos. Não quero problematizar essa questão, mas trazer uma reflexão e se questionar se esse comportamento ainda condiz com a atualidade das famílias modernas é algo a se pensar. Como podemos observar muitas mulheres hoje trabalham e têm suas carreiras, até como forma de poder ajudar e complementar a renda familiar. Além do mais, acredito que já esteja na hora de uma mudança dentro das culturas organizacionais das empresas, onde nós mulheres possamos nos sentir amparadas e tranquilas quando trata-se de licença maternidade. No artigo da UOL (https://www.uol.com.br/vivabem/reportagens-especiais/carga-mental/#page3) podemos lê o seguinte parágrafo:  "o tempo de licença maternidade tão discrepante entre homens e mulheres --elas ficam de quatro a seis meses em casa, enquanto homens podem tirar no máximo seis dias de licença, -- sinaliza como a sociedade e o mercado de trabalho enxergam essa relação de pais e filhos: é como se ela fosse tratada como algo simplesmente biológico --como a amamentação. Não é: tem muito a ver com afeto, num primeiro momento..." Claro, tenho consciência que isso está mudando e que muitas empresas já estenderam a licença paternidade para 20 dias, mas que ainda sim, muitos consideram um tempo muito curto para que os vínculos com a criança sejam adquiridos e que a mulher possa ter o apoio que necessita com toda a nova rotina. E o que considero ainda mais triste, é o fato que muitas mulheres deixam seus empregos e suas profissões com a chegada de um filho pelo fato de não possuir uma rede de apoio e nem condições para que possa voltar às suas atividades profissionais, aliás, quem vai ficar com essa criança depois que a licença acabar? Muitas famílias sem rede de apoio acabam optando que a mulher deixe de trabalhar para se dedicar a criação dos filhos e com isso todos acabam sobrecarregados. O homem que além de ficar afastado da família, muitas vezes precisa aceitar  e trabalhar em outra atividade, pois apenas sua renda principal não suporta os gastos com a saída da esposa do mercado de trabalho e as despesas extras uma um novo membro da família. Precisamos de um olhar voltado para a solução dessa questão, tanto na sociedade como no ambiente profissional.

 

Bom, esse é um tema muito abrangente e em breve venho falar mais sobre ele por aqui. Espero que entendam que é apenas a minha humilde opinião embasada em alguns estudos sobre o assunto e alguns artigos que estão disponíveis nos links abaixo. Acho que vale muito a leitura para uma reflexão.

 

Abraços! 💖

 

https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/01/politica/1551460732_315309.html

https://www.uol.com.br/vivabem/reportagens-especiais/carga-mental/#page5


 

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