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  • BHack: O maior hack contra engenharia social: a respiração


    Ana Martins

    Quando se fala em engenharia social, por mais que se pense e se invista em estratégias de defesa e em tecnologia para se proteger, existe um fator que pode fazer muita diferença nos resultados: o fator humano. 

    Para sobreviver aos ataques de engenharia social, é necessário hackear a própria mente. É o que a especialista em ciber segurança Liliane Scarpari, e o psicólogo Patrick Boundaruck, apresentaram na BHack, na palestra Mind Hacking: Social Engineer Techniques Unleashed.

    Para entender isso, é preciso antes, entender o funcionamento do cérebro. Existe uma parte em nosso cérebro, a amígdala, que controla nossas emoções, e, em situações de estresse, como uma ameaça, ou um risco iminente, libera cortisol e adrenalina, fazendo com que se reaja em favor da sobrevivência. 

    Compreender esse ponto-chave é importante, pois os ataques de engenharia social acontecem valendo-se do sequestro da amígdala. Sob o efeito de estresse, as pessoas acabam agindo de forma irracional, facilitando o acesso do algoz.

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    Patrick e Lili na BHack 2022

    “O que acontece é que estamos em constante ataque de engenharia social, por todos os lados”, salienta Liliane. “Antigamente parecia que havia uma verdade e isso acalmava, mas hoje você pode ser atacado pelo viés político, econômico, social, e tudo vira uma ameaça'', completa Patrick. 

    Quando se fala em engenharia social, é fácil pensar em ataques de redes sociais, ou de WhatsApp, mas o ataque a uma empresa não é diferente, e a reação a isso tende a ser catastrófica. 

    Na palestra, Liliane fez um paralelo com a ação de um pedófilo. As fases de ação são parecidas. O ganho de confiança, a aproximação, o entendimento das vulnerabilidades, e aí vem a ameaça de fato, a partir da exploração dessa vulnerabilidade. 

    “Num momento de estresse, a resposta acaba sendo desfavorável. E as pessoas têm dificuldade de admitir que ficaram vulneráveis àquilo, o que gera ainda mais estresse”, explica Patrick. 

    Então, onde está a solução para lidar com isso? A resposta: respire. 

    “Liliane, você está dizendo que a gente investe milhões de dólares em sistemas e estratégias de defesa, mas para evitar o phishing eu preciso dizer pro meu funcionário respirar? Sim!”, brinca a especialista. 

    Ainda que pareça ingênuo, a recomendação tem fundamento biológico. “Quando você respira, você consegue reverter as sensações biológicas do medo, e com isso, pensar melhor, e tomar decisões mais racionais”, pontua Patrick. 

    O treinamento humano, o autoconhecimento será cada vez mais fundamental para lidarmos com o bombardeio de estímulos a nossas emoções. O ataque às nossas emoções é constante, e não se resume a uma situação de estresse, mas a qualquer estímulo ao nosso emocional para tomarmos decisão, sendo o algoritmo das redes sociais o mais conhecido. 

    “Hoje a engenharia social se vale do conhecimento do humano para o humano, mas qual será o futuro dessa engenharia a partir do uso da inteligência artificial e do machine learning?”, questiona Liliane. “Eu sou absolutamente contra a máxima que diz que o humano é o elo mais fraco na corrente da ciber segurança. Somos os mais fortes, pois podemos tomar a decisão, mas precisamos estar aptos para isso”, finaliza.

    No nosso Instagram @mentebinaria_, criamos um destaque para o evento, onde Patrick e Lili falam mais sobre o assunto. 😉

     


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