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  • A maioria dos vírus e pragas virtuais compartilham de certos métodos de auto-inicialização com o SO. Isto inclui os spywares e seus similares.

    Os sistemas Windows possuem métodos para inicializar programas junto ao seu carregamento limitados. Na maioria das vezes os vírus iniciam justamente por eles e daí a importância de conhecê-los e saber gerenciá-los. Desta forma, o técnico pode remover manualmente muitas pragas, o que economizará tempo com scans de softwares antivírus e anti-spys, além de ser extremamente útil quando o vírus ataca estes softwares de proteção, impedindo sua inicialização.

    Primeiro vamos ver de que jeito um aplicativo pode ser iniciado junto ao Windows. A maior parte dos vírus age deste jeito.

    Em sistemas baseados em Windows NT, o que inclui os Windows 2000, XP e 2003, os métodos de inicialização de programas são:

    1. Através da pasta Inicializar do Menu Iniciar.
    2. No registro do sitema.
    3. Por serviço de sistema (o que inclui certa parte do registro).

    Na primeira maneira, basta colocar um atalho para o programa que se deseja executar na pasta Inicializar do Menu Iniciar. Por exemplo, na imagem abaixo, a cada inicialização do Windows, inicializaremos a Calculadora junto.

    inicializar.png.2ce82c9aa513a3694af33d5480a9f5e4.png

    Obviamente um vírus pode se aproveitar deste recurso e colocar um atalho para si neta pasta mas não é comum isso acontecer pois o vírus ficaria facilmente visível e uma das intenções de vírus complexos é passar despercebido ao usuário/técnico. De qualquer forma, não custa conferir.

    Agora vamos ao método mais usado, o registro do sistema. Aqui precisaremos explicar resumidamente como o registro destas versões do Windows funciona.

    O registro é um banco de dados que armazena informações essenciais sobre diversos softwares instalados no Windows, além de informações pertinentes ao próprio sistema. Por conta disto, é comum apelidar o registro de “alma do sistema”.

    Esse banco de dados possui, além de outros dados, chaves, sub-chaves e valores numa organização hierárquica (similar ao Windows Explorer).

    Para o artigo, precisaremos conhecer essas três chaves:

    • HKEY_LOCAL_MACHINE – Esta é a chave mais importante do registro. Nela estão contidas informações sobre o PC (hardware instalado, softwares com sua opções e configurações e outros itens). Inclusive veremos que um programa pode ser inicializado por uma sub-chave desta chave.
    • HKEY_USER – Nesta chave são definidas configurações personalizadas para cada usuário do sistema, já que as versões do Windows mais novas permitem logon simultâneo ou não de usuários diferentes. De maneira similar à chave anterior, um vírus pode inicializar-se junto ao SO somente para um usuário específico, usando uma sub-chave desta chave.
    • HKEY_CURRENT_USER – Como o nome sugere, mantém informações sobre o usuário que está atualmente logado no sistema. Todo o registro é dinâmico mas esta chave merece uma definição de dinamismo especial pois muda os valores de suas sub-chaves completamente quando logamos com outro usuário no Windows. Não é difícil de deduzir que ela é um atalho para uma sub-chave de HKEY_USER, já que esta última mantém uma sub-chave para cada usuário cadastrado no sistema. Por exemplo, se logarmos com o usuário “Fernando”, esta chave será uma cópia da sub-chave HKEY_USER. SID (Security Identifier) é uma identificação única que cada usuário tem e o SO conhece os usuários através deste SID.

    Abaixo, o utilitário “regedit” (Registry Editor), usado para visualizar o conteúdo do registro do sitema.

    regedit.png.11c23eab57646301c1ef79c8a792f636.png

    Perceba a igualdade entre as áreas destacadas em vermelho. É justamente o que falamos na explicação da chave HKEY_CURRENT_USER. Note o SID do meu suário também.

    Depois desta breve introdução ao registro do sistema, podemos partir para as sub-chaves que realmente importam na questão da remoção manual de vírus.

    São elas:

    HKEY_LOCAL_MACHINESOFTWAREMicrosoftWindowsCurrentVersionRun 
    HKEY_LOCAL_MACHINESOFTWAREMicrosoftWindowsCurrentVersionRunOnce 
    HKEY_LOCAL_MACHINESOFTWAREMicrosoftWindowsCurrentVersionRunOnceEx
    HKEY_USERS\SOFTWAREMicrosoftWindowsCurrentVersionRun
    HKEY_USERS\SOFTWAREMicrosoftWindowsCurrentVersionRunOnce

    As duas últimas chaves acima dependem do SID do usuário mas se a suspeita de vírus for no usuário que está logado, você pode acessá-las pelo atalho como comentamos acima.

    Tudo o que estiver nestas chaves será inicializado junto ao sistema. Faça o teste: verifique o que tem nas sub-chaves de seu PC e veja os caminhos para os arquivos que incializam. No exemplo HKEY_LOCAL_MACHINESOFTWAREMicrosoftWindowsCurrentVersionRun da máquina que usei, está assim.

    run.png.8dd0a61a31176868e8c1b1ea0a36068d.png

    Como podemos ver, só há três valores, que são os caminhos absolutos dos executáveis que inicializam junto à máquina usada. Esta é uma máquina virtual. Numa máquina real, os valores normais são outros.

    Para remover programas da inicialização, basta remover os valores desejados.

    É importante salientar que muitos arquivos presentes nestas sub-chaves são essenciais ao sistema e não devem ser removidos. Cabe ao técnico saber identificar caminhos e nomes de executáveis suspeitos. Se você tiver dúvida quando à procedência de algum arquivo, pode digitar seu nome no site Process Library, que mantém uma lista atualizadas de processos (programas em execução) para nos ajudar a identificar se são do sistema ou não.

    Há ainda o método de serviços que podem ser utilizado por alguns vírus mais complexos. A tela de serviços você tem acesso indo no menu Iniciar > Executar, digitando services.msc e clicando no botão OK. Eis a da máquina que usamos para o artigo.

    servicos.thumb.png.28009875be38757895f33aa79dadd890.png

    Esses serviços são na verdade processos (programas) inicializados que recebem este nome pela capacidade de poderem ser muito melhor gerenciados pelo sistema operacional que um processo comum. Perceba a coluna “Status” na imagem. Um serviço pode ser iniciado, reiniciado, pausado ou parado e seu método de inicialização pode ser manual (quando clicado), automático (a cada inicialização do sistema) ou desativado. Um vírus obviamente se aproveitaria do método automático e poderíamos pará-lo e depois desativá-lo numa remoação manual.

    Assim como os processos comuns, a maioria dos serviços é essencial ao sistema, portanto, é bom que se faça uma pesquisa sobre ele (no Google e sites similares) antes de parar ou desativar um serviço suspeito ou não.

    Ao entrarmos nas propriedades de um serviço, vemos o caminho do executável ao qual ele se refere além de uma caixa drop-down para alterar o tipo de inicialização, como mostra a imagem abaixo.

    telnet.png.e7d0654f3cb0e447978b8c8ce7df691f.png

    Com este básico conhecimento, muitos vírus podem ser removidos mas é claro que não basta. Recomendamos sempre um scan com um bom antivírus atualizado e com um anti-spy, mesmo após a remoção manual.

    Existem alguns programas que podem ajudar na identificação de vírus e na remoção manual. Abaixo segue uma lista com descrição:

    • Process Explorer – monitora os processos em execuçao em tempo real, o que permite identificarmos se algum processo suspeito está sendo executado. O Process Explorer também mostra o que o processo está fazendo ou tentou fazer (quando bloqueado pelo SO).
    • HiJackThis – gera uma lista e um arquivo de log com todos os processos que inicializam junto ao sistema, podendo ser utlizado inclusive para remover o que sejam julgados suspeitos (muito cuidado com seu julgamento). NOTA: O projeto original foi descontinuado, mas o usuário Polshyn Stanislav da Ucrânia o continuou.
    • Gmer - uma aplicação que detecta e remove rootkits (dentro de um limite, claro). A ideia é procurar por uma lista de coisas escondidas, tais como processos, threads, serviços, arquivos etc.
    • MSCONFIG – utilitário presente no Windows XP mas que pode ser copiado a partir do arquivo msconfig.exe para outros sitemas Windows. Ele mostra de forma interativa o que está sendo inicializado junto ao sistema além de permitir a consulta de outras informações. Você pode chamá-lo a partir do menu executar.

    Revisão: Leandro Fróes

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