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    • Bruna Chieco
      A polícia ucraniana prendeu membros do grupo de ransomware conhecido como Cl0p, de acordo com um comunicado enviado à imprensa. A ação foi realizada em colaboração com a Interpol e agências de aplicação da lei da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.
      Segundo reportagem da Vice, o Departamento de Polícia Cibernética da Polícia Nacional da Ucrânia disse que realizou 21 buscas nas casas dos supostos cibercriminosos e em seus carros em Kiev e nos arredores. Os policiais dizem ter confiscado 500 milhões de hryvnia ucraniana (cerca de US$ 180 mil), computadores e carros.
      Não está claro quantas pessoas foram presas e se as prisões atingiram os principais desenvolvedores e hackers por trás da gangue. A Vice apurou ainda que na manhã de quarta-feira, quando as prisões ocorreram, o site do Cl0p ainda estava online.
      A polícia cibernética da Ucrânia disse à Vice que identificou seis criminosos, mas não pode citar o nome das pessoas envolvidas e outros detalhes para não prejudicar a investigação.
      Nos últimos meses, o Cl0p atingiu dezenas de vítimas, criptografando seus arquivos e exigindo resgate. Mais recentemente, os cibercriminosos tentaram extorquir suas vítimas ameaçando vazar seus arquivos publicamente em seu site. Segundo a Vice, as vítimas incluem a gigante do petróleo Shell, a empresa de segurança Qualys, o banco norte-americano Flagstar, o escritório de advocacia global Jones Day, a Universidade de Stanford e a Universidade da Califórnia, entre outros. 
      Os atacantes conseguiram hackear algumas dessas vítimas tirando proveito de uma falha no Accellion File Transfer Appliance (FTA), um serviço de compartilhamento de arquivos usado por diversas empresas mundialmente.

    • Analistas da Avanan descobriram recentemente um vetor de exploração no Google Docs que está sendo utilizado por invasores para disseminar sites de phishing às vítimas. Segundo os pesquisadores, esse não é um tipo de ataque comum, mas é bastante simples de executar, principalmente porque o Google faz a maior parte do trabalho para os invasores.
      O ataque começa com um e-mail que inclui uma mensagem que pode ser relevante para usuários comerciais que costumam usar o Google Docs em seu ambiente corporativo. Se um usuário clicar no link, a página parecerá familiar para qualquer pessoa que use o Google Docs para compartilhar documentos fora da organização.
      Esta, no entanto, não é aquela página, e sim uma página HTML personalizada feita para se parecer com a familiar página de compartilhamento do Google Docs. Uma vez redirecionadas, as vítimas em potencial são solicitadas a “clicar aqui” para baixar o documento. Se um usuário clicar, a página redireciona para o site de phishing malicioso real, que rouba as credenciais da vítima usando outra página da web feita para se parecer com o portal de login do Google, mas que na verdade é hospedada a partir de um URL não afiliado ao Google.
      Ao hospedar ataques dessa forma, os invasores podem contornar os scanners de link e evitar a detecção de proteções de segurança comuns que visam verificar se os links enviados por e-mail são legítimos. 

    • Os operadores do SolarMarker estão usando envenenamento de Search Engine Optimization (SEO) para encher milhares de PDFs com dezenas de milhares de páginas cheias de palavras-chave e links que visam fazer redirecionamentos que levam ao malware. O SolarMarker é um malware de backdoor que rouba dados e credenciais dos navegadores.
      Segundo a Microsoft Security Intelligence, o ataque funciona usando documentos PDF projetados para classificação nos resultados da pesquisa. Para conseguir isso, os invasores preencheram esses documentos com mais de 10 páginas de palavras-chave em uma ampla variedade de tópicos, desde “formulário de seguro” e “aceitação de contrato” a “como ingressar no SQL” e “respostas matemáticas”.
      Os pesquisadores observaram que esses invasores usaram o Google Sites para hospedar esses documentos. Em campanhas recentes, os atacantes passaram a usar principalmente o Amazon Web Services e o Strikingly. 
      Quando abertos, os PDFs solicitam que os usuários baixem um arquivo .doc ou uma versão .pdf das informações desejadas. Os usuários que clicam nos links são redirecionados por 5 a 7 sites com TLDs como .site, .tk e .ga.
      Os pesquisadores dizem ainda que após vários redirecionamentos, os usuários chegam a um site controlado pelo invasor, que imita o Google Drive, e são solicitados a baixar o arquivo, que normalmente é o malware SolarMarker/Jupyter. Também foram vistos arquivos aleatórios sendo baixados em uma tática de evasão de detecção/análise.

    • A Apple corrigiu duas vulnerabilidades 0-Day, aparentemente exploradas ativamente, e que afetavam o motor WebKit do navegador Safari. Segundo o BleepingComputer, as falhas no iOS podem ter sido usadas para invadir dispositivos antigos de iPhone (iPhone 5s, iPhone 6, iPhone 6 Plus), iPads (iPad Air, iPad mini 2, iPad mini 3), e iPod touch 6ª geração.
      Os dois bugs são causados por corrupção de memória e uso após problemas livres no motor do navegador WebKit, mecanismo de renderização de navegador usado por navegadores e aplicativos da Apple para renderizar conteúdo HTML em plataformas de desktop e móveis, incluindo iOS, macOS, tvOS e iPadOS.
      Os invasores podem explorar as duas vulnerabilidades usando conteúdo da Internet criado com códigos maliciosos, o que acionaria a execução arbitrária de códigos depois de serem carregados pelos alvos em dispositivos sem patch (correção).
      A Apple divulgou comunicado sobre as atualizações de segurança, disponibilizadas aqui.

    • Um sistema desprotegido por mais de dois anos expôs os dados de clientes da Volkswagen. Segundo o ThreatPost, 3,3 milhões de pessoas, quase todos eles proprietários ou aspirantes a proprietários da marca de luxo Audi da montadora, tiveram informações expostas por conta da falha de segurança.  
      O sistema de um fornecedor foi o causador do vazamento, disse a Volkswagen America, e a violação ocorreu entre agosto de 2019 e maio de 2021. Para mais de 97% dos clientes afetados, informações pessoais incluindo nomes, endereços postais e de e-mail e números de telefone, foram expostas.
      Alguns compradores ou potenciais compradores foram atingidos com mais força, já que tinham dados mais confidenciais armazenados no servidor com vazamento do fornecedor, incluindo números do seguro social, datas de nascimento e números de carteira de motorista.
      A Volkswagen disse que ouviu falar pela primeira vez sobre a violação em 10 de março,  mas não explicou por que o vazamento continuou até o mês passado. Segundo ThreatPost, o fornecedor demorou dois meses para proteger seu servidor. Também não se sabe se os dados foram baixados por terceiros não autorizados durante os quase dois anos em que permaneceram abertos online. 
      O vazamento expõe os clientes a riscos de fraude devido à violação. Os cibercriminosos podem, inclusive, realizar ataques de phishing ou ransomware a partir desse vazamento

    • A gigante de jogos Electronic Arts (EA) foi invadida por cibercriminosos, que roubaram uma grande quantidade de código-fonte e ferramentas internas relacionadas a alguns jogos. Segundo reportagem da Vice, ao todo, os criminosos dizem ter obtido 780 Gb de dados e os estão anunciando para venda em várias postagens de fóruns de hackers clandestinos.
      Os atacantes disseram ter pegado o código-fonte do FIFA 21, bem como o código de seu servidor de matchmaking. Eles também afirmam que obtiveram o código-fonte e ferramentas para o motor gráfico Frostbite, que alimenta uma série de jogos da EA, incluindo o Battlefield. Outras informações roubadas, diz a reportagem, incluem estruturas proprietárias da EA e kits de desenvolvimento de software (SDKs), pacotes de código que podem tornar o desenvolvimento de jogos mais simplificado. 
      A EA emitiu um comunicado confirmando que houve um incidente de segurança na empresa. "Estamos investigando um recente incidente de intrusão em nossa rede, onde uma quantidade limitada de código-fonte do jogo e ferramentas relacionadas foram roubados. Nenhum dado do jogador foi acessado e não temos motivos para acreditar que haja qualquer risco para a privacidade do jogador", diz a nota. 
      A empresa afirma ter feito melhorias na segurança após o incidente. "Não esperamos um impacto em nossos jogos ou negócios. Estamos trabalhando ativamente com os encarregados da aplicação da lei e outros especialistas como parte dessa investigação criminal em andamento", complementa.
       
      (Crédito da imagem: King of Hearts/Wikipedia)

    • O Laboratório de Pesquisa de Cambridge da Toshiba Europe anunciou a primeira demonstração de comunicação quântica em fibras ópticas com mais de 600 km de comprimento, sendo considerada uma distância recorde. 
      Para isso, foi introduzida uma nova técnica de estabilização de banda dupla, que envia dois sinais de referência ótica, em comprimentos de onda diferentes, para minimizar as flutuações de fase em fibras longas. Segundo os pesquisadores, o primeiro comprimento de onda é usado para cancelar as flutuações que variam rapidamente, enquanto o segundo comprimento de onda, no mesmo comprimento de onda que os qubits ópticos, é usado para ajuste fino da fase. 
      Depois de implantar essas novas técnicas, a Toshiba descobriu que é possível manter a fase óptica de um sinal quântico constante em uma fração de um comprimento de onda. Sem cancelar as flutuações em tempo real, a fibra se expande e se contrai com as mudanças de temperatura, embaralhando as informações quânticas.
      A equipe da empresa usou a tecnologia para testar uma das aplicações mais conhecidas das redes quânticas: a criptografia baseada em quantum. A primeira aplicação para estabilização de banda dupla será para distribuição de chaves quânticas de longa distância (QKD). O protocolo potencializa redes quânticas para criar chaves de segurança impossíveis de hackear, o que significa que os usuários poderiam trocar informações confidenciais com segurança.
      "Isso permitirá a transferência de informações com segurança quântica de longa distância entre as áreas metropolitanas e é um grande avanço na construção da futura Internet Quântica", diz comunicado da Toshiba.
      Internet Quântica – Os pesquisadores explicam que o termo Internet Quântica descreve uma rede global de computadores quânticos conectados por links de comunicação quântica de longa distância. Espera-se que essa comunicação traga uma solução rápida para problemas complexos de otimização na nuvem, um sistema de cronometragem global mais preciso e comunicações altamente seguras em todo o mundo. 
      "Um dos desafios tecnológicos mais difíceis na construção da Internet Quântica é o problema de como transmitir bits quânticos em longas fibras ópticas. Pequenas mudanças nas condições ambientais, como flutuações de temperatura, fazem com que as fibras se expandam e se contraiam, embaralhando os qubits frágeis, que são codificados como um atraso de fase de um pulso óptico fraco na fibra", explica a Toshiba.

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